LÍNGUA MATERNA POMERANA
UM DIREITO SILENCIADO QUANDO A CRIANÇA ENTRA NA ESCOLA
DOI :
https://doi.org/10.47249/rba.2020.v.431Résumé
Este artigo trata sobre os desafios da manutenção da Língua Pomerana, a partir do ingresso das crianças na escola regular. Por meio de observação participante, investigamos duas turmas de pré-escola em duas escolas municipais, localizadas nos municípios de São Lourenço do Sul e Can- guçu, ambos pertencentes ao território da Serra dos Tapes-RS. Abordamos os princípios dos direitos linguísticos das comunidades tradicionais e a importância de salvaguarda da língua materna (CUNHA, 2000; MORELLO, 2009; TRESSMANN, 2005). Identificamos que nas escolas observada, uma forte presença do letramento ideológico (STREET, 2003, 2009) promovendo um silenciamento linguístico produzido pela imposição da língua majoritária e ausências de políticas públicas de for- talecimento da língua materna.
Métriques
Références
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 14a. ed., 2002. p.148. BAKER, Colin. Foundations of bilingual education and bilingualism, 4 ed. rev. ed. Clevedon/Avon: Multilingual
Matters, 2006, p. 492
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: Edusp, 2008. p. 192.
BAHIA, Joana D. V. O Tiro da Bruxa: Identidade: Magia e Religião Entre Camponeses Pomeranos do Estado do Espírito Santo. 2000. 328f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro. https://oestrangeirodotorg.files.wordpress.com/2012/04/o-tiro-da-bruxa.pdf, Acesso em: 02/07/2020.
BRASIL. Ministério Público Federal. Câmara de Coordenação e Revisão, 6. Territórios de povos e comunidades tradicionais e as unidades de conservação de proteção integral: alternativas para o asseguramento de direitos socioambientais / 6. Câmara de Coordenação e Revisão; coordenação Maria Luiza Grabner; redação Eliane Simões, Débora Stucchi. – Brasília: MPF, 2014.
BREMENKAMP, Elizana Schaffel. Análise Sociolinguística da manutenção da língua pomerana em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo. 2014. 291f. Dissertação. (Mestrado em Estudos Linguísticos). – Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória. http://repositorio.ufes.br/handle/10/3778 Acesso em 02/07/2020.
CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti. Língua e identidade em vidas migrantes. In: CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti; GURAN, Milton et alii., Migração e identidade: olhares sobre o tema. São Paulo: Centauro, 2007a, p. 133-190.
CYRANKA, Lúcia Furtado de Mendonça. Atitudes linguísticas de alunos de escolas públicas de Juiz de Fora (MG). 2007. 181f. Tese (Doutorado em estudos lingüísticos) Universidade Federal Fluminense (UFF). Niterói. http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009/PDF/Lucia%20F.%20Mendon%C3%A7a%20 Cyranka.pdf. Acesso em 02/07/2020.
Diversidade Linguística do Brasil: relatório de Atividades do GTDLB, 2006/2007.
EBERHARD, David. Em defesa das línguas minoritárias do Brasil. Associação Internacional de Linguística - Sil, Anápolis - Goiás, 2013. p.1-18. https://www.researchgate.net/publication/275466032_EM_DEFESA_DAS_
LINGUAS_MINORITARIAS_DO_BRASIL/link/58a59962a6fdcc0e0768b232/download. Acesso em: 28/06/2020.
HUMPHREYS, Tony. Auto-estima: a chave para a educação do seu filho. São Paulo: Editora Ground, 2001. p. 279.
JACOB, Jorge Kuster. A imigração e aspectos da cultura pomerana no Espírito Santo. Vitória: Departamento Estadual de Cultura, 1992. p.71.
MACHADO, Fernando.; AZEVEDO, Joana. A investigação sobre imigração e etnicidade em Portugal: tendências, vazios e propostas. Revista Migrações, Lisboa, p. 7-31, 2009. In: MACEDO, Helder. Sem Nome. Lisboa: Editorial Presença, 2005. p. 306-323.
MAHER, Terezinha Machado Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, Marilda Couto. & BORTONI-RICARDO, Stela Maris. (Orgs.) Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado das Letra, 2007. p. 67-96.
MORELLO, Rosângela. A política de cooficialização de línguas no Brasil. Platô: Revista Internacional do Instituto da Língua Portuguesa, v. 1, n.1 2012. p. 8-17.
OLIVEIRA, Gilván Muller. A cooficialização de línguas em nível municipal no Brasil: direitos linguísticos, inclusão e cidadania. In: MORELLO, R Rosângela. (org.). Leis e Línguas no Brasil: O processo de cooficialização e suas potencialidades. Florianópolis: IPOL, 2007. p. 343-358.
STREET, Brian. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. 1a Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. Tradução Marcos Bagno. p. 240.
STREET, Brian. Perspectivas Interculturais sobre o letramento. Filologia Linguística Portuguesa. n. 8, 2006, p. 465-488. em < http://www.revistas.usp.br/flp/article/view/59767/62876> Acesso em: 16/04/2020.
STREET, Brian. In: MARINHO, Marildes e TEODORO, Gilcinei. Entrevista com Brian Street. Língua Escrita, Revista Eletrônica, n.7, p. 84-92, jul./dez. 2009. Disponível em <http://www.ceale.fae.ufmg.br>, Acesso em: 14/05/2020.
SILVA, M. da. Narrativas de formação e estágio supervisionado: reflexão sobre uma parceria pedagógica para ser aproveitada na formação de professores. In: BARBOSA, Raquel Lazzari Leite. Trajetórias e perspectivas da formação de educadores. São Paulo: Editora Unesp, 2004b, p. 371-381.
SCHENEIDER, Maria Nilse. Atitudes e concepções lingüísticas e sua relação com as práticas sociais de professores em comunidades Bilíngües Alemão-Português do Rio Grande do Sul. 2007, 261f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, https://lume.ufrgs.br/ handle/10183/13098. Acesso em: 28/06/2020.
TORRES, Leonor. Cultura Organizacional em Contexto Educativo. Sedimentos Culturais e Processos de Construção do Simbólico Numa Escola Secundária. 2004, Braga: Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade do Minho.
TRESSMANN, Ismael. Da Sala de Estar à Sala de Baile: Estudo Etnolinguístico de Comunidades Camponesas Pomeranas do Estado do Espírito Santo. 2005, 335f. Tese (Doutorado em Linguística,) Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Rio de Janeiro. http://www.ppglinguistica.letras.ufrj.br/index.php/pt/teses-e-dissertacoes-n/ teses/teses-2005 Acesso em: 28/06/2020.
UNESCO. Convenção sobre a proteção e a promoção da diversidade das expressões culturais, UNESCO. 2010.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Accepté en 2020-07-27
Publié dans 2020-07-27