A FORMAÇÃO DO LEITOR NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

A LITERATURA INFANTO-JUVENIL DE DANIEL MUNDURUKU COMO PRÁTICA INTERCULTURAL

Resumen

Compreender o lugar da escola na Educação do Campo é perceber que ser humano ela precisa ajudar a formar, e como pode contribuir com a formação dos novos sujeitos sociais que vêm se constituindo no campo hoje. Esta formação pode também ser enriquecida através de um diálogo intercultural. O ser humano constrói-se pelo diálogo, a partir do contato entre as pessoas através da linguagem. Neste sentido, os indígenas são, hoje, os povos mais preparados para o diálogo intercultural. Assim, este ensaio teórico tem como objetivo trazer algumas reflexões sobre a literatura infantil do autor indígena Daniel Munduruku, e sua aproximação com a Educação do Campo, promovendo uma prática pedagógica intercultural que incentive a formação da leitura no aluno camponês. Metodologicamente, ancoramos em uma abordagem qualitativa, partindo de uma análise crítica da produção literária do referido autor, com o intuito de construir referenciais que auxiliem a construção do diálogo entre a escola camponesa e a literatura ameríndia infanto-juvenil. Este diálogo, por meio da literatura indígena, estimula o aluno camponês a exercer plenamente sua cidadania, pois ele precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente. Assim, o contato com a literatura indígena pode capacitar este público a ler outras modalidades discursivas, inclusive, contribuir na prática pedagógica de Educadores do Campo.